A justiça decretou a prisão preventiva de dois policiais militares suspeitos de terem ateado fogo em um morador de Cachoeirinha. A prisão foi decretada pela Juíza Camila Oliveira Maciel Martins.
Um dos suspeitos já estava preso temporariamente e o outro estava solto, e se apresentou à polícia na última segunda-feira (27). Os PMs são suspeitos pelo homicídio de Juliano Maximiliano Fialho, de 37 anos.
Segundo o TJRS, na decisão, a magistrada, que também atua no caso, explicou que os fundamentos se embasam na prova da materialidade delitiva e nos indícios suficientes de autoria do crime de homicídio qualificado.
E, ainda, devido ao risco concreto à ordem pública, à investigação e a instrução criminal, “tendo em vista que os policiais envolvidos têm pleno conhecimento dos moradores da região em que ocorreram os fatos”.
A Juíza destacou que a Brigada Militar é uma instituição de respeitabilidade, com atuação relevantíssima para a sociedade, “e situações deste jaez são isoladas e não refletem a honradez dos seus integrantes”.
“Com efeito, a Polícia Militar, um dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do previsto no artigo 144, inciso V, da Constituição Federal, não pode ter agentes envolvidos em fatos desta natureza, sob pena de inversão de papéis e intensificação da sensação de impunidade, arriscando-se a perda da confiança da população e autorização para que se faça justiça privada”, considerou Camila Martins.
O caso aconteceu no início do mês ado, conforme noticiamos aqui. Segundo a investigação, quatro PMs estiveram no local, mas apenas dois teriam entrado na residência e tiveram contato com o morador momentos antes dele sair do local, pegando fogo e pedindo por socorro.
A suspeita é de que teria sido utilizado perfume para causar as queimaduras na vítima. Testemunhas que prestaram socorro ao homem relataram terem sentido um forte cheiro de perfume nele, levando a crer que a queimadura tenha ocorrido da combustão do produto inflamável.
O morador foi socorrido por populares e levado em estado grave a UPA da cidade. Mas devido à gravidade das queimaduras, ele foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, onde morreu dias após.